terça-feira, 30 de junho de 2009

Estudo de equação e função do 2º grau

Por Kleber Ribeiro Batista
Justificativa
É muito comum hoje o estudante sair da escola sem saber realmente o que é uma função, nem para que ela serve e tão pouco como usá-la no seu dia a dia. Com a implantação dos laboratório de informática em algumas escolas é necessário que façamos uso desta tecnologia bem como dos software que o acompanha. Nesse sentido pretendo dá um pouco de atenção a planilha eletrônica como uma ferramenta interessante para o uso da matemática na sala de aula. Queremos que o professor saia da rotina dando uma oportunidade ao aluno de desenvolver seu próprio raciocínio, criando algo como fazer o computador a "aprender" determinadas fórmulas matemáticas e como este dá o resultado imediato.
Usaremos neste estudo a equação e função do 2º grau. Vamos entender o que são coeficientes, variáveis, ver um pouco de lógica para entender o estudo de sinal , o domínio, a imagem, e principalmente da importância do coeficiente "a" e do discriminante “D” no gráfico da função.
Objetivo:
Incentivar os alunos a construírem fórmulas utilizando a planilha eletrônica;
Usar a planilha como caderno eletrônico;
Perceber que os coeficientes são constantes e quando mudada, muda também o resultado;
Observar que a variável é realmente a única que varia em uma função;
Verificar que o gráfico da função muda em função dos coeficientes.
Procedimento:
O professor lançará vários problemas cuja a resolução seja uma equação do 2º grau. O aluno montará o problema junto com o professor e lançará na planilha os coeficiente "a", "b" e "c". Irá em seguida escrever a fórmula do discriminante e das raízes e por últimos a fórmula da função para construção do gráfico. Siga o modelo da figura abaixo:

9

Observe que na célula C10 está escrito a fórmula do discriminante, ou seja D=b2-4ac; que na Planilha é escrito assim “=$B$9^2-4*$A$9*$C$9” enquanto que nas células C12 e C13 estão respectivamente as raízes x1= , ou seja: =SE(C10<0;"Não existe raiz real";(-$B$9+RAIZ($C$10))/(2*$A$9)) e x2= , ou seja; =SE(C10<0;"Não existe raiz real";(-$B$9-RAIZ($C$10))/(2*$A$9)) que é a fórmula na Planilha.
Agora escreva em D8 esta função: =SE(C10>0;" D > 0, Temos duas raízes reais e diferente, o gráfico corta a abscissa em dois pontos";SE(C10=0;" D = 0, Temos duas raízes reais e iguais, o gráfico corta a abscissa em um único pontos";" D < 0, Não existe raiz nos reais")) ; em D9 esta: =SE(A9>0;" a > 0, a concavidade da parábola é voltada para cima";" a < 0,a concavidade da parábola é voltada para baixo") e por último em D10:=SE(C10>=0;" A paráboila corta a abscissa nos pontos "&C12&" e"&C13;"não corta a parábola")

Use essa planilha apenas como modelo para construção da sua e vamos resolver o seguinte problema: Uma pessoa está querendo fazer uma horta com 5m de comprimento por 4m de largura, e deseja fazer um passeio externo em torno da horta como mostra a figura abaixo. Sabendo-se que ele dispões de material para cimentar somente 36m2 de área, qual deve ser a largura desse passeio?

Área menor = 5m . 4m = 20m2
Área maior = ( 5 + 2x ).( 4 + 2x) = 20 + 10x + 8x + 4x2 = 4x2 + 18x + 20
Área do passeio será a área maior menos a área menor = 36
Área do passeio = Área maior - Área menor = 4x2 + 18x + 20 - 20 = 36 ficando
4x2 + 18x = 36 donde vem que 4x2 + 18x - 36 = 0 ( Simplificando tudo por 2, obteremos)  2x2 + 9x - 18 = 0
Logo os valores dos coeficientes são a = 2 ; b = 9 e c = - 18.
Aplicando estes valores na planilha o resultado será:

Como obtivemos dois valores para x, temos que x2 não serve pois é negativo; portanto a largura do passeio será x1=1,5m.
Veja também na figura, que na célula “E10” temos a afirmativa de que o discriminante é positivo e que portanto; temos duas raízes reais e diferentes, o gráfico corta o eixo abscissa em dois pontos e que a concavidade da parábola é voltada para cima na célula “E11”. Eis aí uma boa pergunta. Usando a função "Se" você pode ensinar o computador a lhe dá esta resposta. Para ter uma visão geral acesse http://www.valteralencar.hpg.ig.com.br/equacao2graurevisada.xls
Quanto ao gráfico, seguiremos o seguinte encaminhamento:
1. Atribua a variável o valor –7(no endereço A17) e em A18 escreva =A17+1;
2. Faça uma cópia de A18 até A26, assim teremos os valores da variável x;
3. Escreva em B17 a fórmula da equação 2x2 + 9x - 18 que no Excel é =$A$9*A17^2+$B$9*A17+$C$9 ;
4. Faça uma cópia de B17 até B26, assim teremos os valores da função y;
5. Selecione de A16 até B26;
6. Clique em Assistente de Gráfico na barra padrão e siga as instruções da mesma e por fim clique em Concluir;
7. Pronto, o gráfico está feito e terá a forma da figura abaixo.



Veja também os endereços para colocarem os valores dos coeficientes "a", "b" e "c". Agora, o que aconteceria se atribuísse para o coeficiente "a" o valor zero? Como ficaria o gráfico, um parábola ou uma reta? Deu para verificar porque o coeficiente "a" tem que ser diferente de zero. Verifique em que intervalo a função é crescente ou decrescente, se tem ponto de máximo ou de mínimo. Tente ver junto com o seu professor a lógica para os resultado do discriminante ser menor ou maior que zero?

Publicado em 2001 .
Site: www.valteralencar.hpg.ig.com.br

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Alunos monitores



Este vídeo foi realizado na confraternização em 2007 dos alunos que participam do Projeto Aluno monitor de LIE e a equipe no NTHE.

Seleção para aluno monitor


Começou nesta segunda-feira (dia29/06/09), a seleção para o processo de seleção para formação de cadastro reserva de monitores de laboratório de informática educativa da Secretaria Municipal de Educação de Teresina.As inscrições estão sendo feitas no Núcleo de Tecnologia Educacional do Município de Teresina - NTHE, situado na Rua Coelho de Resende nº 1649, Centro/Norte, bairro Marquês, prédio onde funciona a Escola Municipal Murilo Braga, no período de 29 de Junho a 15 de o de 2009, das 8:00h às 11:30 h e das 14:00h às 17:30 horas.

Mas informações você encontra no edital publicado no site : http://www.semec.pi.gov.br/2009

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Curta na Escola

Na vida moderna de hoje encontramos muitas facilidades nas atividades de trabalho e lazer, movidos pelos recursos tecnológicos. A tecnologia não gera novos conhecimentos, que o homem não possa conceber. Ela apenas facilita a sua produtividade. Assim, compreendemos seu papel na sala de aula, como ferramenta motivadora na criação de projetos de aprendizagem, onde alunos e professores atuam como parceiros da produção do conhecimento. Existe uma variedade muito boa de tecnologia à disposição das nossas escolas: computadores; câmeras de vídeo e fotografia digital; telefone celular; aparelhos de DVD, e etc. Utilizar uma tecnologia na sala de aula, representa um novo desafio para os professores e alunos, pois nos leva a uma mudança dos conceitos sobre as formas de ensinar e aprender, que nos formou. Os objetivos da escola continuarão os mesmos: formar cidadões críticos. Neste caso, a tecnologia diversifica as formas de alcançar os objetivos da escola.

Através da adoção de um projeto de aprendizagem, os alunos assumem um papel relevante na construção do conhecimento, atuando como agente ativo desse processo. Ele tem oportunidade: de refletir; de questionar; de expressar suas idéias; de testar suas hipóteses; de avaliar os resultados obtidos, algo que não observamos com êxito, nas aulas tradicionais.

Um exemplo do uso da tecnologia na sala de aula é a criação de vídeos educativos. Com uma câmera digital ou um celular é possível criar bons vídeos. O papel do professor como facilitador é criar as condições para que isto aconteça. Os alunos serão incentivados a criar seus roteiros e produzir seus vídeos, partindo de temas propostos por eles. Ao professor cabe a função de inserir nos temas escolhidos pelos alunos, os conteúdos da sua disciplina. Os vídeos podem ser exibidos nas feiras de ciências da escola, postados em sites como o www.youtube,com e www.curtanaescola.com.br ou participar de festivais. Vejam, como exemplo o vídeo “O pequeno e o grande”. Uma produção que mostra como um grupo de crianças carentes da cidade do Rio de Janeiro, transformaram uma atividade lúdica em espaço de aprendizagem nas áreas das artes, cidadania, ciências sociais, discriminação e preconceito racial, diversidade, educação artística, ética, geografia, geologia, história, língua portuguesa, literatura, meio ambiente, pluralidade cultural e sociologia. As transformações positivas que aconteceram nos indivíduos são para sempre.



Gonçalo Nunes Barbosa

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Misssão do NTHE

O Núcleo de Tecnologia Educacional – NTHE tem como objetivo apoiar a implementação de oficinas pedagógicas, oferecendo formação continuada a todos os profissionais da educação que atuam em escolas da rede pública municipal, no uso de novas tecnologias educacionais, garantindo a integral utilização dos laboratórios de informática e demais recursos tecnológicos disponíveis na unidade escolar.

A equipe que atua no NTHE é composta por Especialistas em Tecnologia Educacional (docentes), que oferecem suporte pedagógico, técnico e logístico às escolas da rede pública municipal.

Além destes objetivos, acrescentamos:

* Introduzir a informática como ferramenta pedagógica auxiliar do professor em sua prática cotidiana, possibilitando uma melhor qualidade do processo ensino-aprendizagem;

* Pesquisar alternativas para a utilização do computador no processo ensino - aprendizagem;

* Contribuir para o desenvolvimento de metodologias de trabalho em que a máquina seja uma ferramenta auxiliar para a construção do conhecimento;

* Propor reflexões sobre a utilização dos novos recursos tecnológicos e sua relação com objetivos e paradigmas educacionais.

Lívio Sousa

liviusouza@gmail.com

China proíbe usuário comum de acessar sites sobre saúde sexual

Usuários comuns da Internet na China não poderão acessar sites relacionados a pesquisa e saúde sexual a partir do próximo mês, como parte de uma ofensiva contra a pornografia online.

Os provedores de informação médica devem instalar um software que permita apenas os profissionais a acessarem informações e pesquisas sobre sexo, de acordo com as novas regulamentações publicadas pelo Ministério da Saúde em sua página na Internet.

"Está proibido divulgar conteúdo pornográfico em nome de pesquisas sexuais", disse a regulamentação. A nova regra, no entanto, ameaça prejudicar a educação sexual em um país onde a maioria das pessoas é muito tímida para falar sobre sexo publicamente.

Salas de bate-papo online em sites populares, que são uma das poucas fontes de informação sobre sexo e as doenças sexualmente transmissíveis, também estão incluídas na regulamentação. "As partes de saúde dos portais da web não têm autorização para ter serviços de pesquisa relacionada ao sexo", acrescentou a regulamentação. O texto não especifica exatamente o que está incluído em "pesquisa científica" sobre sexo.

As novas regras foram publicadas após uma série de medidas antipornografia na Internet, que culminaram com o anúncio este mês de que o governo de Pequim vai exigir a instalação de um filtro de Internet para todos os novos computadores produzidos ou entregues após 1o de julho. Redação de Pequim

Lívio Sousa
liviusouza@gmail.com

BLOG NA ESCOLA



O Blog é uma excelente ferramenta de apoio à aprendizagem na escola. Pela criação de blogs os alunos podem pesquisar, analisar, refletir, interagir e encontrar soluções para diversos questionamentos, ao mesmo tempo em que vão se apropriando das tecnologias digitais disponíveis. O trabalho é cooperativo e colaborativo, formando assim uma rede de novos conhecimentos. Os blogs servem para registrar conhecimentos adquiridos pelos alunos durante os projetos de estudo e também para divulgar conteúdos como relatos, textos, links, fotos, gravuras.

Construir um blog desenvolve na comunidade escola o hábito de registrar e divulgar seus estudos. É ótima maneira de desenvolver a criatividade, estimular a expressão, demonstrar sua forma de pensar e agir.

O uso da ferramenta, por fim, abre novos caminhos de comunicação entre professores e alunos, alunos e comunidade, alunos e o mundo, incentivando a interação e a interatividade.


Por onde começar?

Para a criação do blog na escola sugerimos as seguintes etapas:

  1. Divulgação da proposta da criação do blog a comunidade escolar;

  2. Escolha do nome para o blog;

  3. Criação de conta(e-mail) para o blog;

  4. Criação do blog;

  5. Postagem do material no blog;

  6. Divulgação do endereço do blog a comunidade escolar, com o intuito de todos terem conhecimento e acesso ao blog;

  7. Postar links interessantes, sugeridos pelos professores;

  8. Oficina de uso do blog na sala de aula para professores/alunos;

  9. Postagem diárias/ semanais da escola ( è muito importante a colaboração de todos os membros da escola no momento da produção de noticias para postagem no blog).

Para a criação e manutenção do blog serão necessários alguns recursos materiais como: computador com Internet, materiais de pesquisas, livros, textos escritos, textos impressos.

Já recursos humanos teremos que disponibilizar da criatividade de professores, alunos, direção, coordenação e demais membros da comunidade escola.

E assim, de forma coletiva e participativa que a escola divulgará suas ações no seu contexto escolar.


Keyla

UMA ESCOLA DIFERENTE

Matéria exibida no Programa Ação de sábado dia 20/06 na Tv Globo. A matéria mostra a experiência da Escola Municipal Desembargador Amorim Lima de São Paulo que tem desenvolvido um projeto de educação democrática inspirado na experiência da Escola da Ponte de Portugal.

Confiram: http://www.youtube.com/watch?v=QNkx0gpKYKo

Mais informações : http://www.amorimlima.org.br/tiki-index.php?page=Visita+Monitorada

Evandro Lélis
edlelis@yahoo.com

A inclusão digital entre pessoas com necessidades especiais


Na Semana passada aconteceu em Teresina o V Seminário Municipal de Gestores e Educadores do Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade.

Este seminário buscou disseminar uma nova cultura escolar constituída na construção de uma escola para todos, onde não existam mecanismos de seleção ou discriminação para o acesso, a permanência e a continuidade nos estudos de todos os alunos.

Tiveram palestras bem interessante e nos remetem sobre as práticas pedagógicas destinadas a alunos com necessidades especiais. Tais colocações, nós fazem refletir sobre o uso das das mídias nestes contextos.

Neste sentido, o pesquisador Júlio Corte nos faz um alerta “ ...todo programa de integração de portadores de necessidades especiais na rede regular pressupõe sua inserção, permanência e igualdade de oportunidades em toda a dinâmica escolar. Se o computador e a informática estão nessa escola regular, eles terão que atentar para toda a clientela. Caso contrário, corre-se o risco de termos falsos processos de inclusão, em última instância, um prejuízo ainda maior à nossa já tão desacreditada escola pública.”

Assim, o computador torna-se um é um instrumento privilegiado de mediação da realização do ensino e aprendizagem de pessoas com algum tipo de limitações (física, sensorial, mental ou múltipla). No entanto, é necessário que sejam observados procedimentos pedagógicos adequados, que conduzam e exijam uma participação ativa e promova o desenvolvimento cognitivo e emocional dos alunos que apresentam alguma deficiência e dessa forma, incluí-los no mundo digital para que eles se tornem mais independentes.

Keyla Cristina


terça-feira, 23 de junho de 2009

Google promete eliminar buscas de resultados pornográficos em seu portal

O Google prometeu tomar as medidas necessárias para eliminar todas as buscas que deem resultados pornográficos em seu portal em língua chinesa, anunciou a agência oficial de notícias Xinhua. "Estamos realizando um exame exaustivo de nosso serviço e tomaremos as medidas necessárias para corrigir qualquer problema com os resultados", informou por meio de comunicado a companhia, que possui o buscador pela internet mais usado do mundo.

Além disso, John Pinette, diretor de comunicações do Google na região da Ásia, confirmou que representantes da empresa se reuniram com membros do governo chinês para revisar os problemas com o serviço da China e a transmissão de conteúdos e imagens pornográficas através de buscas em idiomas estrangeiros.

O anuncio foi feito dias depois de o organismo estatal regulador dos conteúdos de internet na China ter lançado uma dura crítica ao Google, por mostrar links para páginas de conteúdo "obsceno" e que "violam as regulações nacionais". Trata-se de uma das primeiras vezes que o governo chinês critica abertamente uma empresa na internet, já que habitualmente censura os conteúdos que não considera de acordo com as leis chinesas, sem dar avisos deste tipo.

As críticas contra o Google surgem no meio de uma renovada campanha do governo chinês contra a pornografia na internet, com o bloqueio de mais de mil de sites com conteúdo erótico nos últimos seis meses. A campanha também inclui uma ordem estatal que prevê que a partir do dia 1º de julho todos os computadores chineses levem um filtro antipornografia que impedirá automaticamente a escrita de palavras obscenas em chinês ou a busca desses termos na internet.

Lívio Sousa

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Formação Pela Escola

As inscrições para o curso Formação pela Escola aconteceram no período de 15 de junho a 15 de julho de 2009.Esse é um programa de formação continuada, na modalidade a distância, que tem como objetivo contribuir para o fortalecimento da atuação dos agentes e parceiros envolvidos com a execução, monitoramento, avaliação, prestação de contas e controle social dos programas e ações educacionais financiados pelo FNDE.
Os cursos de Formação vêem sendo realizados para capacitar participantes a respeito dos Programas: Dinheiro Direto na Escola(PDDE);de Transporte escolar(PNATE);do Livro(PNLD, PNLEM,PNBEe PNLA);Nacional de Alimentação EScolar(PNAE)Fundo deManutenção e Desenvolvimento da Educação Básiaca e de Valorização dos profissionais de Educação(FUNDEB) e Prestação de contas.
Quem pode participar do Formação pela Escola?
Cidadão que exerçamfunções de gestão, execução, monitoramento, prestação de contas e controle social de recursos orçamentários alocados nos programas e ações financiados pelo FNDE, tais como profissionais da educação da rede pública de ensino, técnicos e gestores públicos que atuam no segmento da educação básica.
As matrículas podem ser realizadas no Núcleo de Tecnologia Educacional do Municipio de Teresina - NTHE, localizado á rua Coelho de Resende 1649.
Maiores informações através do telefone: 3215-7950.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O ensino da matemática


Kleber Ribeiro Batista[1]


Faço aqui um resumo da entrevista sobre o ensino da matemática feita pelo Elon Lages Lima, IMPA, na Revista do Professor de Matemática Nº 28 de 1995, respondendo a indagação de como poderíamos esperar professores competentes no Brasil, com salários tão baixo? Diz o professor, é vergonhoso, humilhante mas não é em si a causa primordial do problema e sim uma conseqüência de não ter o nosso povo a noção exata do valor da educação e daí seus representantes eleitos padecerem do mesmo mal. Se houvesse entre nós a conscientização de que a educação, além de ser a única porta para o bem-estar, é um direito do cidadão e um dever do Estado; haveria reconhecimento da importância dos professores e isso se refletiria nos seus salários, como ocorre nos países civilizados.

Elon vai mais além ao explicar que ao contrário das demais matérias que se estudam na escola, que se referem a objetos e situações concretas, a Matemática trata de noções e verdades de natureza abstrata. Aliás, essa é uma das razões da sua força e sua importância. A afirmação 2 x 5 = 10 tanto se aplica aos dedos de suas mãos quantos aos jogadores que disputam um jogo de basquete. A generalidade com que valem as proposições matemáticas exige precisão, proíbe ambigüidades e por isso requer mais concentração e cuidado por parte do estudante. Por outro lado, o exercício dessas virtudes durante os anos de escola ajuda a formar hábitos que serão úteis no futuro. A perseverança, a dedicação e a ordem no trabalho são qualidades indispensáveis para o estudo da Matemática. Note-se que não se trata de talentos e que não se nasce dotado delas. Se o fato de exigir empenho, atenção e ordem significasse ser mais difícil, a Matemática seria difícil. As idéias e regras matemáticas no nível que estamos considerando ( Ensino Fundamental) são, porém, todas extremamente simples e claras, bem mais simples e claras, por exemplo, do que as regras da crase ( ou mesmo da lei do impedimento no futebol). Por isso, continuo afirmando que toda pessoa de inteligência média, sem talentos ou pendores especiais, pode aprender toda a Matemática do Ensino Fundamental, desde que esteja disposta a trabalhar e tenha uma orientação adequada. Aqui estão dois motivos do mau resultado do ensino da Matemática: pouca dedicação aos estudos por parte dos alunos (e da sociedade que os cerca, a começar pela família) e o despreparo dos seus professores nas escolas que freqüentam.

O conhecimento matemática é, por natureza, encadeado e cumulativo. Um aluno pode, por exemplo, saber praticamente tudo sobre a proclamação da república brasileira e ignorar completamente as capitanias hereditárias. Mas não será capaz de estudar Trigonometria se não conhecer os fundamentos da Álgebra, nem entenderá essa última se não souber as operações aritméticas, etc. Esse aspecto de dependência acumulada dos assuntos matemáticos leva a uma seqüência necessária, que torna difícil pegar o bonde andando e muitas vezes provoca uma síndrome conhecida como “ansiedade matemática”.

E o que é isso? É o medo que algumas pessoas tem da Matemática. As pessoas costumam disfarçar sua “ansiedade matemática” com um aparente ( e curioso) orgulho que as leva a vangloriarem-se de que são péssimas nessa matéria, que sempre a detestaram, etc. É engraçado que muitas dessas pessoas escrevem mal mas não admitem isso. Ninguém se orgulha de dizer que escreve chuva com “x”, que não emprega corretamente a crase ou que diz “aluga-se bicicletas”.

E qual a origem dessa “ansiedade matemática”? São várias. Uma das mais frequentes é a tentativa de aprender um assunto sem estar preparado para ele. Outra é passar os anos escolares nas mãos de professores incapazes, que muitas vezes usam a arrogância, a ironia e a humilhação como disfarces para sua ignorância e com isso provocam aversão à matéria que deviam ensinar. Há também a mera preguiça de pensar.

O entrevistador pergunta: você tem alguma proposta para melhorar esse estado de coisas? Ao que ele responde, quanto ao motivo primordial, ele tem muito a ver com o amor-próprio nacional. Em 1806, depois da batalha de Jena, onde o exército prussiano teve seu orgulho esmagado por Napoleão, os alemães concluíram que desenvolvimento ( e, em última análise, força) depende substancialmente da educação. E processaram uma reforma radical. O sistema educacional tornou-se central na sociedade. As universidades foram modificadas e os professores secundários ganharam alto prestígio social. O progresso do país, a partir daí, foi notável. Exemplo mais recentes de ressurgimento das cinzas com base na educação podem ser vistos no Japão e na Coréia. No nosso caso, que se pode fazer? Talvez gritarmos bem alto: “Brasileiros, criem vergonha na cara!”.

Quanto às peculiaridades da Matemática, ela é importante porque é exata, geral e se ocupa das noções mais básicas da vida humana: número e espaço. Deixemo-la assim e amemo-la por isso.

Finalmente, quanto ao ensino, não há mistério nem milagre. O bom professor é aquele que vibra com a matéria que ensina, conhece muito bem o assunto e tem um desejo autêntico de transmitir esse conhecimento, portanto se interessa pelas dificuldades de seus alunos e procura se colocar no lugar deles, entender seus problemas e ajudar a resolvê-los. Não há fórmulas mágicas para ensinar matemática. Não há caminhos reais, como Euclides já dizia a Ptolomeu. A única saída é o esforço honesto e o trabalho persistente. Não só para aprender matemática, mas para tudo na vida.

Diante do exposto acho que a única proposta deve ser uma ação viável dirigida ao professor, visando melhorar a qualidade do seu trabalho. Isto é, aumentar simplesmente os salários não resolve nada porque a qualidade dos professores que trabalham na escola pública ( onde o problema é maior) não vai melhorar por isso. Se o problema do professor consiste em mau preparo e baixo salário, as duas coisas devem ser atacada simultaneamente. Eis alguma sugestões:

1. A cada ano deveria haver um exame nacional para habilitação dos professores de ensino fundamental e médio;

2. Deveria haver uma tabela salarial especial para professores aprovado nesse exame;

3. Acho que o ensino até a 8ª série deveria ser obrigatório, com o mesmo currículo para todos os estados do país;

4. O setor público deveria instituir programas de reciclagem para preparar os professores para os exames de habilitação;

5. Acho que o ensino médio deve continuar bifurcado, não em clássico e científico, como era antigamente, mas em acadêmico e profissional, devendo este último preparar diretamente o jovem para o mercado de trabalho.

O que mudou?

As duas causas apontada pelo Profº Elon do mau resultado do ensino da Matemática como sendo i) pouca dedicação aos estudos por parte dos alunos - e da sociedade que os cerca, a começar pela família; ii) e o despreparo dos seus professores nas escolas que freqüentam, será que ainda persiste? Nestes 14 anos que se passaram o que mudou?

O governo federal, estadual e municipal tem feito esforço para amenizar essa falta de dedicação por parte dos alunos e também das famílias, com a implantação dos laboratórios de informática nas escolas de todo o país com acesso a internet por banda larga – pelo menos em projeto - bem como Curso de Inclusão Digital e formação continuada usando as TIC’s ( Tecnologia da Informação e Comunicação) para professores da rede pública. Mas será que essas medidas resolverão o problema do ensino de matemática? O que fazer para que alunos utilizem TIC em seus benefícios?

Referências

Revista do Professor de Matemática Nº 28 de 1995, IMPA, Rio de Janeiro



[1] Professor formador da rede estadual e municipal de Teresina, graduado em Licenciatura Plena em Física e Especialista em Informática na Educação.